Cuidar de Você 30 de Junho de 2025

A gripe aviária (H5N2) oferece riscos para humanos? Fique alerta!


A gripe aviária voltou a chamar atenção mundial após o primeiro caso fatal da variante H5N2 em humanos ser confirmado no México, em 2024. O episódio reacende um alerta global sobre os riscos de transmissão dessa doença, que afeta aves, mas pode atingir humanos.

Aves responsaveis pela gripe aviaria

Entenda a seguir o que é essa infecção, como se proteger e quais cuidados devemos ter diante dessa ameaça.

O que é gripe aviária

A gripe aviária, também conhecida como influenza aviária, é uma infecção causada por subtipos do vírus influenza tipo A, que circulam principalmente entre aves silvestres e domésticas. Entre os subtipos mais relevantes estão o H5N1, H5N2 e H7N9, alguns dos quais podem infectar humanos, ainda que raramente.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) , desde 2003, mais de 860 casos humanos de infecção por H5N1 foram confirmados em 23 países, com uma taxa de mortalidade superior a 50%. Isso faz com que a gripe aviária esteja entre as doenças infecciosas com maior letalidade quando transmitidas a humanos.

A transmissão acontece, principalmente, pelo contato direto com aves doentes. Isso inclui suas fezes, secreções ou objetos contaminados, como gaiolas e equipamentos em granjas.

Embora a transmissão entre humanos seja extremamente rara, ela não é impossível e preocupa cientistas por seu potencial pandêmico, especialmente se ocorrerem mutações que facilitem esse tipo de contágio.

Segundo o Centers for Disease Control and Prevention (CDC) dos Estados Unidos, aves aquáticas migratórias funcionam como reservatórios naturais do vírus. Elas podem espalhá-lo para aves de criação e, eventualmente, para mamíferos, como suínos e até seres humanos, aumentando o risco de recombinação viral

Além de aves, casos de infecção em mamíferos como gatos, leões-marinhos, ursos e até humanos têm sido monitorados. Em 2023, surtos entre mamíferos foram registrados em países como Chile, Espanha, Estados Unidos e Japão – o que reforça a necessidade de vigilância constante.

Dessa forma, a gripe aviária deixou de ser uma preocupação apenas veterinária e passou a integrar a agenda da saúde pública global, com foco em vigilância genômica, controle de surtos e prevenção da transmissão zoonótica.

Gripe aviária H5N2

A variante H5N2 da gripe aviária é um subtipo do vírus influenza A que, até recentemente, era considerado restrito ao ambiente animal. Historicamente, ela foi identificada em surtos entre aves de criação, como galinhas e perus, especialmente na América do Norte e em partes da Ásia.

O alerta global aumentou após o primeiro caso confirmado em humanos ser registrado no México, em junho de 2024, resultando na morte de um homem de 59 anos com comorbidades. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), trata-se de um evento raro, e ainda não há evidências de transmissão sustentada entre humanos.

Esse caso gerou atenção internacional porque demonstra que o H5N2 pode romper a barreira das espécies, comportamento típico de vírus com potencial zoonótico. A OMS classificou o risco geral à saúde pública como baixo, mas reforçou a necessidade de vigilância ativa.

A presença do H5N2 já havia sido detectada em aves no México, nos Estados Unidos e no Canadá. Em muitos desses casos, foi necessária a adoção de medidas rigorosas, como abate sanitário em larga escala e restrição do comércio de aves vivas, para conter surtos em granjas.

Atualmente, o subtipo H5N2 é monitorado por órgãos como a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) e a WOAH (Organização Mundial de Saúde Animal) como parte das estratégias de prevenção de pandemias.

H5N1: o subtipo mais perigoso da gripe aviária

O subtipo H5N1 é amplamente reconhecido como o mais letal da gripe aviária, com histórico de surtos em aves e humanos em várias regiões do mundo. Detectado inicialmente em 1996, o vírus ganhou destaque por sua alta capacidade de causar mortes, tanto em aves de criação quanto em humanos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), de 2003 até 10 de abril de 2025, foram registrados 972 casos de infecção humana pelo H5N1, resultando em 470 mortes, o que corresponde a uma taxa de mortalidade de aproximadamente 48,4%.

O principal risco do H5N1 está em sua potencial mutação genética, que pode resultar em cepas (conjunto de variantes) com maior facilidade de transmissão entre humanos. Essa possibilidade leva a comunidade científica a manter vigilância constante sobre novos surtos e variantes do vírus.

Recentemente, o H5N1 foi identificado em mamíferos marinhos e animais domésticos, o que reforça a preocupação com a sua capacidade de adaptação a diferentes espécies. Esses episódios evidenciam a importância de uma resposta global integrada, envolvendo a saúde animal e humana.

Gripe aviária no Brasil

No Brasil, a gripe aviária é monitorada de perto pelas autoridades de saúde animal e pública, devido à grande importância da avicultura no país. Embora os casos humanos sejam raros, surtos em aves já foram registrados em diversas regiões.

Em 2023, o Brasil confirmou a presença do vírus H5N1 em aves migratórias, principalmente em áreas costeiras do Sul do país, o que levou o Ministério da Agricultura a declarar emergência zoossanitária para controlar a disseminação.

O risco para humanos no Brasil permanece baixo, pois até o momento não houve registro oficial de transmissão sustentada entre pessoas. Porém, a vigilância é constante para detectar precocemente possíveis casos e evitar surtos.

O Brasil segue protocolos internacionais estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde Animal (WOAH) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para prevenção e controle, incluindo inspeção rigorosa em granjas e restrição ao comércio de aves infectadas.

Existe vacina para gripe aviária?

Atualmente, não existe uma vacina disponível para a população em geral contra a gripe aviária. O desenvolvimento de vacinas específicas para os subtipos do vírus influenza aviário, como H5N1 e H5N2, é complexo e desafiador devido à rápida mutação desses vírus.

No entanto, existem vacinas produzidas para uso em aves, que ajudam a controlar surtos na avicultura e diminuem a chance de transmissão para humanos. Essas vacinas são utilizadas principalmente em países com grandes rebanhos avícolas para evitar a disseminação do vírus.

Para humanos, alguns laboratórios e instituições de pesquisa trabalham no desenvolvimento de vacinas contra a gripe aviária, focando especialmente em grupos de risco e profissionais que lidam diretamente com aves. Essas vacinas ainda estão em fase experimental ou aprovadas para uso limitado em alguns países.

Além disso, a vacinação contra a gripe sazonal (influenza comum) é recomendada, pois pode ajudar a reduzir o risco de coinfecção e complicações, embora não ofereça proteção direta contra os vírus da gripe aviária.

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Sintomas de gripe aviária

Os sintomas da gripe aviária em humanos podem variar desde quadros leves até formas graves da doença. Em geral, os sinais iniciais são semelhantes aos da gripe comum, o que pode dificultar o diagnóstico precoce.

Os sintomas mais comuns incluem:

  • Febre alta
  • Tosse seca
  • Dor de garganta
  • Dificuldade para respirar
  • Dor muscular
  • Fadiga intensa

Em casos mais graves, a infecção pode evoluir para pneumonia viral, síndrome do desconforto respiratório agudo e até falência múltipla dos órgãos, o que pode levar ao óbito.

É importante destacar que, ao contrário da gripe sazonal, a gripe aviária pode causar sintomas gastrointestinais como diarreia, náuseas e vômitos em alguns pacientes.

Como se prevenir da gripe aviária

A prevenção da gripe aviária depende principalmente do controle do contato com aves infectadas e da adoção de medidas de higiene eficazes. Veja algumas orientações fundamentais para evitar a contaminação:

  • Evitar contato direto com aves doentes ou mortas, especialmente em ambientes rurais ou feiras de animais.
  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabão, principalmente após manipular alimentos ou estar em ambientes com aves.
  • Cozinhar bem carnes e ovos de aves antes do consumo, pois o calor destrói o vírus.
  • Utilizar equipamentos de proteção individual (EPI), como luvas e máscaras, para quem trabalha com criação ou abate de aves.
  • Manter ambientes limpos e desinfetados, especialmente galpões e locais de criação.
  • Evitar o consumo de aves silvestres ou produtos de origem duvidosa.
  • Informar autoridades de saúde em caso de morte anormal de aves na região.

Seguir essas recomendações é essencial para evitar a transmissão do vírus para humanos e conter a disseminação da doença.

O que fazer ao sentir sintomas da gripe aviária

A gripe aviária é uma doença que, apesar de pouco comum em humanos, exige atenção devido ao seu potencial de causar quadros graves. Conhecer os sintomas e as formas de transmissão é essencial para evitar complicações e proteger a saúde.

Se você apresentar sinais como febre alta, tosse seca, dificuldade para respirar ou sintomas gastrointestinais, não deixe de buscar ajuda médica rapidamente. Evitar a automedicação e o contato com outras pessoas é fundamental para conter a propagação.

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Manter-se informado, seguir as medidas preventivas e agir com responsabilidade são as melhores formas de enfrentar a gripe aviária com segurança.

*Conteúdo desenvolvido em parceria com a médica infectologista da Unimed Fortaleza, Dra. Lícia Borges Pontes (CRM 9781 CE | RQE 4889)

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