07 de Agosto de 2025

Os 7 principais aprendizados da 17ª edição do Café com RH

Os aprendizados da 17ª edição do Café com RH mostraram que o evento vai muito além de um encontro de profissionais de Recursos Humanos.

Em um dia de muito conteúdo, palestrantes de todo o Brasil compartilharam ideias sobre tecnologia, comportamento e inovação para transformar o ambiente de trabalho e preparar líderes para os desafios do futuro.

Vamos conferir os principais insights desse evento? Vem com a gente na leitura abaixo e aproveite! 

Aprendizado 1: A inteligência artificial como aliada do trabalho humano

Abrindo o evento, o jornalista e pesquisador em IA Ben Hur Correia destacou que a inteligência artificial (IA) já faz parte do nosso dia a dia e que, quando bem utilizada, pode liberar tempo para que as pessoas se concentrem no que realmente importa.

Como a IA já está moldando nosso cotidiano

Segundo Ben Hur, os principais usos previstos da IA até 2025 estão diretamente ligados à vida pessoal e ao autodesenvolvimento:

Essas aplicações mostram que as pessoas estão utilizando a tecnologia para ganhar tempo e investir em atividades que fazem sentido para suas vidas.

Resistência nas empresas: um desafio cultural

Apesar de quase metade dos profissionais já trabalharem lado a lado com a IA, segundo pesquisa da Universidade de Stanford apresentada por Ben Hur, ainda existe resistência quando o assunto é automação corporativa.

Por quê? Muitas vezes, as empresas automatizam áreas que não são prioridade para o colaborador, criando um desalinhamento entre expectativas e ações.

Onde a IA gera mais valor

Ben Hur destacou que a IA, quando aplicada corretamente, pode gerar resultados expressivos:

E nesse ponto, um marco da palestra foi a reflexão sobre como a IA muda a função do líder, fazendo com que ele deixe de ser apenas um tomador de decisão para ser arquiteto de decisões, criando sistemas que unem inteligência humana e artificial.

Para o pesquisador, o líder dentro de uma companhia quando utiliza bem as ferramentas de IA assume o papel de curador de inteligência coletiva, incentivando a colaboração entre pessoas e máquinas.

A verdadeira lição na era da IA não é sobre competir com as máquinas, é sobre decidir o que vale a pena decidir, afirmou Ben Hur.

Cinco zonas de cautela ao implementar IA

Para guiar empresas e líderes na adoção de IA, o palestrante apresentou cinco zonas que exigem atenção especial:

  1. Consequências irreversíveis: manter o julgamento humano.
  2. Ambiguidade ética: decisões que envolvem valores devem ser conduzidas por pessoas.
  3. Criatividade disruptiva: IA deve amplificar ideias, não substituir a inovação humana.
  4. Conexão humana autêntica: empatia e confiança continuam sendo papéis do ser humano.
  5. Incerteza radical: em cenários inéditos, a liderança humana é insubstituível.

Com o cuidado correto, é possível fazer a implementação na rotina. Sempre se atentando ao que importa e tendo processos bem definidos para não perder a conexão com as pessoas.

Tendências para os próximos anos

E para finalizar o apanhado de aprendizados desse momento, a discussão foi sobre o futuro.

E o futuro da IA, segundo Ben Hur, está na sua transformação em infraestrutura estratégica dentro das organizações. 

Essa transformação tende a permitir decisões mais assertivas e ganhos competitivos, além de criar ambientes de trabalho colaborativos, nos quais humanos e máquinas se complementam.

Aprendizado 2: Saúde mental como prioridade estratégica nas empresas

A segunda palestra do evento foi conduzida por Jessica Gonzalez, que trouxe uma reflexão necessária com o tema “Update Humano: o que precisa ser repensado nas organizações para atrair saúde mental e felicidade?”.

Com base em dados recentes, Jessica apresentou como a saúde mental influencia diretamente o desempenho e a sustentabilidade das organizações, destacando que cuidar do bem-estar das equipes deixou de ser um diferencial para se tornar uma obrigação estratégica.

O cenário da saúde mental no Brasil e no mundo

Os números apresentados são alarmantes:

Esses dados reforçam a importância do papel da liderança no bem-estar das equipes.

A influência das lideranças no equilíbrio emocional das equipes

Jessica destacou uma relação direta: a saúde mental do time depende da saúde mental do líder. Líderes ansiosos tendem a ter equipes com níveis de adoecimento mental até três vezes maiores.

Cuidar de si é cuidar dos seus colaboradores, ressaltou a palestrante.

Impactos financeiros e jurídicos para as empresas

O descuido com a saúde mental não afeta apenas as pessoas, mas também os resultados das empresas, e são os números que dizem isso:

Como as empresas podem atuar na prevenção

Segundo a palestrante, investir em saúde mental é uma estratégia de prevenção e produtividade. Algumas ações práticas incluem:

Assista ao webinar gratuito: Prepare sua empresa para a nova NR-1

Conhecer a realidade da sua empresa é o primeiro passo

Jessica reforçou que não existe fórmula pronta para cuidar da saúde mental: cada organização precisa criar um modelo personalizado.

É essencial medir os avanços, dar visibilidade às ações e entender que terapia é tanto prevenção quanto desenvolvimento de habilidades. Ambientes saudáveis nascem da cultura organizacional e do engajamento genuíno com as pessoas.

Aprendizado 3: Sair do automático para liderar com mais humanidade

Os Mentalistas trouxeram uma abordagem dinâmica e interativa para falar sobre a importância de romper o piloto automático e humanizar as relações de liderança.

A apresentação reforçou que, para liderar pessoas, é essencial primeiro olhar para dentro de si mesmo e trabalhar a consciência e a percepção.

A percepção como chave para compreender o mundo

Um dos pontos centrais abordados pelos Mentalistas foi a forma como percebemos a realidade:

A percepção é a base da compreensão do mundo. É através dela que interpretamos e atribuímos significado às nossas experiências. A gente não percebe o mundo pelos nossos sentidos, mas sim pela interpretação da nossa história de vida.

Esse olhar nos lembra que cada pessoa constrói sua visão de mundo a partir das suas experiências, e um líder precisa estar atento a isso para criar conexões mais verdadeiras.

Por que sair do automático é tão difícil?

De acordo com os Mentalistas, viver no automático pode parecer mais confortável porque gastar energia para mudar exige esforço e consciência. Sair desse estado demanda disposição para fazer escolhas mais conscientes, mesmo diante do medo e das dificuldades.

Mentalidade flexível: o primeiro passo para uma liderança mais humana

Para eles, a liderança começa com a flexibilidade da mente:

Essa abordagem incentiva líderes a se tornarem mais abertos, empáticos e conectados, características fundamentais para uma gestão moderna e centrada nas pessoas.

Para continuar explorando ideias como essa, assista ao episódio do Plano Business gravado no evento, com os Mentalistas.

Aprendizado 4: Bem-estar e saúde como pilares transformadores nas empresas

O educador físico Márcio Atalla apresentou a palestra “Experiência do Cuidado: a saúde e bem-estar como transformação no ambiente de trabalho”

Nessa conversa, o palestrante destacou um importante paradoxo: nunca tivemos tanta informação e acesso a recursos de saúde, e, ao mesmo tempo, os índices de doenças crônicas só aumentam.

O impacto do ambiente no comportamento

Atalla explicou que o ser humano evoluiu para se movimentar, mas a tecnologia mudou esse cenário. Hoje, a facilidade de acesso a serviços e produtos retira o movimento do dia a dia, reduzindo a média de passos de 10 mil na década de 70 para 5.800 atualmente

Esse ambiente moderno não incentiva escolhas saudáveis: oferece comida em excesso e exige pouco esforço físico.

A importância do sono e dos pequenos hábitos

Ele também abordou a relevância do sono como base da saúde. Dormir bem regula o apetite, melhora o aprendizado e reduz o estresse. Com tanta estimulação, especialmente à noite, nosso corpo não consegue desacelerar naturalmente.

Além disso, a solução para um estilo de vida mais saudável não está em grandes mudanças imediatas, mas em pequenas escolhas diárias: andar pequenas distâncias, comer melhor aos poucos e incluir atividades prazerosas na rotina.

Mudança gradual e ambiente corporativo

Para Atalla, criar novos hábitos leva tempo (em média, três meses para se consolidar). As empresas devem oferecer programas de saúde e bem-estar adaptados à realidade dos colaboradores, facilitando a adoção de hábitos sustentáveis. 

Pequenas mudanças no ambiente podem gerar transformações profundas!

Aprendizado 5: Longevidade, diversidade geracional e inclusão

A palestra “Longevidade e Saúde Social: o Design inclusivo Integrando Experiência e Propósito nas Organizações”, apresentada por Bianca Vilela, trouxe reflexões sobre como o aumento da expectativa de vida impacta a sociedade e as empresas.

Viver mais e melhor

Bianca destacou que não basta viver mais anos se não houver saúde física, mental e financeira. O crescimento exponencial da população idosa exige mais planejamento individual e também políticas sociais e empresariais que valorizem essa etapa da vida.

O desafio das gerações no mercado

Ela destacou a transformação nas relações intergeracionais: enquanto as gerações mais velhas carregam experiência, os jovens dominam a tecnologia. A convivência entre esses dois perfis pode gerar tensões, mas também inovação.

Para enfrentar esse desafio, empresas vêm aplicando práticas como a mentoria reversa, em que jovens ensinam tecnologia aos mais experientes, e estes compartilham sua visão estratégica.

Um olhar inclusivo para o futuro

Segundo Bianca, é fundamental que as organizações adaptem seus ambientes e culturas para integrar gerações diferentes, promovendo aprendizado mútuo e valorizando competências diversas.

Aprendizado 6: A aceleração do mundo e seus impactos

Encerrando o ciclo, Michel Alcoforado apresentou “Mercado em Transformação e o Consumidor Protagonista”, um painel sobre como a aceleração do mundo digital está moldando comportamentos e afetando nossa saúde mental.

A era da “permacrise”

Michel explicou o conceito de permacrise, um período contínuo de instabilidade e aceleração que influencia a vida das pessoas. 

Esse cenário é reforçado pelo excesso de tecnologia e informações: se em 2017 o volume de dados dobrava a cada 13 meses, desde 2020 dobra a cada 12 horas.

Essa sobrecarga resulta em ansiedade, burnout e sensação de estar sempre “atrasado” diante das mudanças.

Alta performance e desconexão

Segundo ele, vivemos uma cultura de alta performance em todas as áreas da vida, onde até o lazer precisa ser produtivo. Essa mentalidade provoca descompasso com o mundo, perda de rituais coletivos e maior isolamento social.

O caminho para se diferenciar: humanidade e segurança psicológica

Para enfrentar esse cenário, Michel destacou a importância de construir relações humanas mais profundas, ambientes com segurança psicológica e abertura para conversas difíceis. 

Errar com inteligência, aprender com o diferente e cultivar criatividade e sensibilidade são os fatores que nos diferenciam das máquinas.

Aprendizado 7: como criar conexões verdadeiras em tempos digitais

O palestrante Alex Ponce trouxe uma reflexão importante sobre comportamento humano e o valor das conexões genuínas, abordando como criar relações significativas em um mundo cada vez mais conectado e, ao mesmo tempo, isolado.

A importância do olhar humano

Alex destacou que, apesar do avanço tecnológico, nada substitui a conexão humana baseada na escuta e na empatia. As ferramentas digitais aproximam, mas também podem afastar, quando viram um atalho para conversas superficiais.

Presença e escuta ativa

Para criar vínculos verdadeiros, segundo ele, é preciso exercitar a presença – estar de fato no momento – e praticar a escuta ativa. Isso exige atenção, curiosidade genuína e o esforço de entender a perspectiva do outro antes de reagir.

Relações que transformam

Alex ressaltou que, no ambiente corporativo, líderes e equipes devem buscar interações que fortaleçam a confiança e criem espaços seguros para troca. É a partir dessas relações que surgem inovação, engajamento e bem-estar no trabalho.

Esse foi nosso resumão das palestras para você. Gostou? Continue aprendendo com o episódio do Plano Business gravados na 17ª edição do Café com RH.